Segunda-feira choveu em São Paulo. Foi o primeiro dia de chuva, depois de uma longa seca que assola o país. Hoje parecem eventos quase exóticos, mas há não muito tempo, pés-d‘água bagunçavam todo o sistema da cidade. Alamedas viravam córregos, carros saiam boiando, o trânsito parava… muita água rolava, para o bem e para o mal.
Mesmo leve, a chuva desta segunda-feira balançou a minha rotina. Troquei o treino matinal por um café da manhã dos campeões — que curti debaixo das cobertas — e sem querer cochilei de novo ao som dos pingos tocando o parapeito. Depois, sem muito pensar, saí correndo na chuva mesmo e… Como foi bom ficar molhada de novo! Que venham mais águas; estamos precisando.
Com amor,
Paula
Onívoros 📺
A série Onívoros (Apple TV+), em que o chef René Redzepi explora a história por trás de alguns itens universais da gastronomia, trata de diversas tradições alimentares que estão à beira de extinção. Ao longo de oito episódios, cada um dedicado a um ingrediente — pimenta, atum, sal, banana, porco, arroz, café e milho — o criador do Noma apresenta técnicas de cultivo milenares, que podem desaparecer a qualquer momento.
Bem produzido, o documentário nasceu de uma colaboração entre Redzepi e o jornalista Matt Goulding, parceiro de longa data do Anthony Bourdain. Nesta entrevista para o Paladar, Goulding faz boas provocações: o que nosso amor por pimenta diz sobre a psique humana? E nossa relação profunda com o café, que não é um ingrediente de que precisamos para sobreviver, mas que amamos profundamente? O que isso diz sobre nossa capacidade de colaborar entre continentes? No caso do café, 40 ou 50 pessoas estão envolvidas na produção daquela xícara que apreciamos pela manhã.
Assisti os primeiros episódios, e aprendi bastante. Viajei para um vilarejo na Sérvia com a páprica, conheci a técnica milenar da almadraba em Barbate, valorizei muito a produção da Flor de Sal francesa, e descobri a triste história do por que a banana Cavendish (a nossa banana-nanica é a subvariedade mais conhecida) é a mais comum. Além de ser muito informativa, a série nos convida a refletir sobre o que estamos colocando para dentro do nosso corpo. Vou continuar assistindo.
Quero maiZ: em julho de 2022, tive a oportunidade de almoçar no Noma em Copenhagen. Entendo as muitas críticas que o restaurante recebeu ao longo dos anos, mas foi um dia inesquecível, que me marcou muito. Escrevi sobre a minha experiência nesta matéria no Brazil Journal.
Metzi 🍽
Na culinária mexicana, todos os ingredientes acima tem um papel importante. Fiquei feliz de ver que o Metzi, restaurante mais mexicano de São Paulo, comemorou seus 4 anos na segunda-feira. Parece que foi ontem que fui jantar na casa na semana de abertura!
Voltei ao restaurante dos chefs Luana Sabino e Eduardo Ortiz semana passada. Confirmei que a cozinha — que acrescenta ingredientes brasileiros à receitas mexicanas — continua criativa e deliciosa (as duas coisas nem sempre andam juntas).
O menu, que muda semanalmente, tem uma boa quantidade de pratos; nem de mais, nem de menos. Começamos com uma tradicional porção de guacamole, além de duas tostadas: uma com atum curado, e outra com polvo e ikura. O guacamole poderia estar um pouco mais temperado para o meu gosto, mas as tostadas estavam muito saborosas.
Depois, pedimos uma enchilada recheada com cogumelos e queijo da canastra, a costela, e o pescado do dia (pargo). Não tomamos drinks, para poder curtir o Mezcal servido na casa (uma das pouquíssimas que serve o destilado em São Paulo). Fico feliz de ver o Metzi amadurecendo com o passar do tempo; é um feliz encontro entre o Brasil e o México.
Quero maiZ: no ano passado, a Luana e o Eduardo abriram a taqueria Atzi, em Pinheiros. Tenho ouvido falar muito bem, quero conhecer!
Giro de Podcasts 🎙
Estes foram os melhores podcasts que ouvi esta semana:
Esther Perel: How to Find, Build & Maintain Healthy Romantic Relationships no Huberman Lab: uma conversa entre a excelente psicoterapeuta especializada em relacionamentos, e o neurocientista obcecado pelo funcionamento humano. Ótimo.
Why Can’t I Find Someone? Is it me? no Where Should we Begin? with Esther Perel: teve dobradinha de Esther Perel esta semana. Não me canso de ouvir ela falar! Esse episódio começa assim: tenho 33 anos e namorar é um desafio. Tento encontrar alguém que seja compatível comigo, com quem consigo ver um futuro. Tentei usar aplicativos, pedi para meus amigos e familiares me apresentarem alguém, mas infelizmente não conheci ninguém com quem eu esteja alinhada. Minha duvida é…quanto esforço eu deveria estar alocando para essa busca de conhecer alguém? A conversa que desenrolou foi muito interessante, e ilustrou como vivemos em uma era que não favorece relações profundas.
‘The Interview’: Demi Moore Is Done with the Male Gaze no The Daily: nessa conversa, a atriz Demi Moore conta como sua relação com seu corpo e com a fama mudaram ao longo dos anos. Gostei de conhecer melhor a sua história, especialmente sua relação com a sobriedade.
The Secret to a Happy Life: What the Longest Study on Happiness Reveals no The Mel Robbins Podcast: fujo da maioria dos podcasts de auto-ajuda, mas por alguma razão tenho gostado do trabalho da Mel Robbins. Por mais que alguns de seus trejeitos me irritam um pouco, ela dá boas dicas. Estou fazendo esta lição de casa, que ela indicou no episódio: faça uma lista de pessoas que te dão um “quentinho no coração”, e tente passar mais tempo com elas. Escreva também os nomes que te dão um “frio na espinha”, e então reduza o contato.
Agenda da NAZA 🚀
Vai passar o final de semana em São Paulo? Entre no nosso guia cultural para ver o que está rolando na cidade. Pode te levar a fazer programas diferentes, e é também uma forma de apoiar o nosso trabalho. Muito obrigada!