No final de semana passado, corri a Meia-Maratona do Rio. Poderia escrever sobre todas as etapas que essa loucura envolve; desde a ansiedade da véspera, até a entrega da medalha.
Entretanto, o que tem prendido a minha atenção nos últimos dias é um momento muito específico: aqueles sete minutos logo depois de cruzar a linha de chegada (não sei ao certo quantos são, mas são mais que cinco, e menos do que dez, então vou chamar de sete).
Nesse momento, sinto como se eu estivesse flutuando. Não tenho vontade de fazer nada e nem de falar com ninguém. Minha eterna to-do list mental está em silêncio, e eu não estou feliz e nem triste; eu apenas estou.
Durante sete minutos, eu simplesmente existo. Será que esse é o real sentido da palavra #plenitude?
Com amor,
Paula
A ridícula ideia de nunca mais te ver 📖
Acho impressionante a forma como leituras influenciam a nossa escrita (e, por isso, acredito que ler é o melhor exercício para escrever melhor).
Semana passada, li em uma sentada o livro A ridícula ideia de nunca mais te ver da escritora espanhola Rosa Montero. A editora Todavia apresenta o livro da seguinte forma:
Quando Rosa Montero leu o impressionante diário que Marie Curie escreveu após a morte de seu marido, ela sentiu que a história dessa mulher fascinante guardava uma triste sintonia com a sua própria: Pablo Lizcano, seu companheiro durante 21 anos, morrera havia pouco depois de enfrentar um câncer. As consequências dessa perda geraram este livro vertiginoso e tocante a respeito da morte, mas sobretudo dos laços que nos unem ao extremo da vida.
O livro é sim sobre perdas, como seu (maravilhoso) titulo sugere, mas principalmente, é sobre a vida de Marie Curie (e que mulher!). A forma despretensiosa, criativa e até engraçada com que a autora narra a história de Curie, faz com que seja uma biografia original e deliciosa. Além disso, achei lindo o olhar sensível e humano sob o qual a Rosa analisa os acontecimentos da vida de Curie; ele não só enobrece ainda mais a cientista, mas também diz muito sobre o caráter da própria escritora. O fato do casal Curie ter optado por não patentear o Rádio, deixando de ganhar milhões, é só um sinal da grandeza da dupla.
Se eu tivesse que fazer uma crítica ao livro, seria a respeito do excesso de # que a autora usa; achei desnecessário (mas claramente influenciou a minha escrita, vide acima).
Quero maiZ: depois desta leitura, fiquei completamente fascinada pela Marie Curie. Assisti Radioactive, filme sobre a sua vida que está no Netflix, em que a cientista é interpretada pela atriz Rosamund Pike. Achei um pouco caricato, mas gostei que eles deram espaço para o lado mais esotérico do casal. Também achei interessante ver as discussões em torno da descoberta do Rádio. Por um lado, muitos enxergavam o novo elemento como a cura para todos os problemas da humanidade. Por outro, já haviam alertas sobre o seu potencial destrutivo. Me fez pensar nas conversas que estão rolando atualmente sobre o ChatGPT e a IA.
Quero maiZ ainda: fiquei também encantada pela escrita de Rosa Montero. Já comecei a ler outra obra sua, A Boa Sorte, e estou bastante intrigada.
Sud, O Pássaro Verde & Trégua Cozinha 👩🏼🍳
Estou achando o máximo o momento gastronômico que o Rio está vivendo. Tenho uma lista com quase 20 novos restaurantes que quero conhecer na cidade.
Nesta ida, aproveitei para conhecer dois que foram altamente recomendados; o Sud, O Pássaro Verde da Roberta Sudbrack, e o Trégua Cozinha, comandado por um jovem casal que antes estava no Lasai.
Acho difícil alguém não gostar do Sud. Ele é um restaurante fácil, no sentido que vejo ele agradando diversos tipos de pessoas, da mais tradicional à mais ousada. O menu é bem extenso e tem algo para todo mundo; de entradas clássicas, como gougères ou fritas, a pratos mais criativos como o arroz ácido de camarões ou o ovo caipira frito no forno a lenha com bottarga brasileira. No geral, eu diria que a comida afetiva da Sudbrack é bem abrangente, além de deliciosa. A carta de vinhos conta com boas opções naturais, e o ambiente (uma casinha na Visconde de Carandaí, na mesma calçada que o Escama e o Grado), é uma graça. Achei bom, despretensioso e fácil.
Já o Trégua, não posso dizer que agradará a todos. Em uma rua movimentada no coração de Laranjeiras, o restaurante é pequeno e bem apertadinho. O menu também é bastante restrito; fui no almoço e tinham duas opções de entrada, duas de prato principal, e uma sobremesa. No jantar, sei que é um pouco mais extenso, mas não muito.
Posto isso, gostei bastante da experiência. A comida não poderia ser mais fresca e leve, sendo os vegetais os protagonistas. A carta de vinhos, muitos brasileiros e naturais, também é ótima. E o que mais me impressionou é que os chefes oferecem esse nível de qualidade, por apenas R$69 para as três etapas (as bebidas e o serviço são cobrados à parte). Não é a toa que esta matéria chamou o Trégua de “alta gastronomia acessível – e imperdível”. Acho difícil encontrar um restaurante com melhor custo benefício.
Vida em Coisas no CCBB 💡
Falando no Rio, essa semana o CCBB carioca se despediu da exposição Vida em Coisas, já que a mesma embarcou para São Paulo. A partir desta semana, será possível ver a primeira exposição brasileira dos designers holandeses Studio Drift no centro da cidade.
Em 2018, tive a sorte de ver uma das exposições mais bonitas que já vi na vida no Museu Stedelijk de Amsterdam. Chamava-se Coded Nature, e era uma coletânea dos melhores trabalhos do Studio Drift. Logo depois, acabei conhecendo pessoalmente a Lonneke e o Ralph (inclusive cruzei com ele depois no meio de 70,000 pessoas no Burning Man (!)), e fiquei ainda mais fascinada pelo trabalho deles.
Nas palavras de Marcelo Dantas, curador da exposição junto com Alfons Hug, "existe uma racionalidade por trás das obras do DRIFT, que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas – animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”. A mostra promete ser bem legal, para todas as idades.
Agenda da NAZA 🚀
A exposição do Studio Drift está na Agenda da NAZA deste mês, junto com dezenas de outras exposições. Além de arte, tem dicas de shows, cursos, feiras, festas e muito mais na nossa programação. A Agenda está disponível no link abaixo, para os nossos queridos apoiadores.
amei as dicas de restaurante! tenho tido boas experiências no rio e a cidade como um todo, ali na bolha da zona sul pelo menos, anda muito gostosa. já fui duas vezes esse ano e vou mais uma, totalmente amando a vibe carioca =)
Amo o Sud. Que saudades (e preciso muito ler rosa monteiro, que eu não sei pq ainda não li). 😘