Pensei em 79 títulos engraçadinhos para essa newsletter, mas a verdade é que só existe um. Essa pequena palavra, composta de apenas quatro letras, que carrega tanto significado.
Talvez alguns de vocês tenham percebido, seja pelos créditos ou pelos erros gramaticais, mas o Oscar deixou de ser o nosso editor há algumas semanas. Para quem não sabe, além de ser o meu parceiro aqui na NAZA, o Oscar também é o meu ex-namorado.
Nos conhecemos há 14 anos, e ao longo desses anos, já fomos muitas coisas: colegas, amigos, paqueras, ficantes, amantes, namorados, noivos, ex-namorados, sócios, parceiros... Tiveram momentos onde falávamos mais e outros menos, mas, desde o dia um, sempre nos amamos e fomos cúmplices um do outro. Recentemente, foi ele quem me deu o empurrão que eu precisava para sair em um date, e foi para mim que ele ligou depois de terminar um namoro.
Oscar, durante muito tempo, me incomodou o fato de não existir um rótulo para a nossa relação. Quando as pessoas sugeriam que tínhamos nos tornando irmãos, eu olhava para você e sentia tudo menos uma relação fraternal (aliás, adoraria ter os seus três passaportes rsrs). Ao indicarem que tínhamos nos tornando amigos, eu concordava, mas sentia que ainda não era o suficiente para cobrir tudo o que sinto por você. Hoje, chego à conclusão que a nossa relação transcende qualquer rótulo. Somos família, amigos, porto seguro…mas acima de tudo, somos amor.
Viver essa nova etapa da nossa relação foi um presente sem tamanho. Confirmar que somos um time vencedor, no formato que seja, me enche de orgulho. Mal posso esperar por todos os novos capítulos que ainda vamos escrever juntos. Obrigada por tudo, e volte logo.
Te amo,
Paula
Ps: Prometo que vou tentar escrever mais “num” ao invés de “em um”, mesmo contra a minha vontade.
The Complete History & Strategy of LVMH 🛍
Ao longo desses anos todos, aprendi muito com o Oscar, e adotei vários hábitos por influência dele. Com as suas manias muito particulares e a sua criação, no mínimo, exótica (aos 5 anos, o Oscar já vivia em uma comunidade alternativa, fazia constelação familiar aos finais de semana e passava as férias com a sua família em ashrams na Índia), ele sempre me ensinou muito.
Um dos hábitos que desenvolvi graças a ele, é o de ouvir podcasts. Em 2015, quando quase ninguém tinha ouvido falar em podcasts, ele já era ouvinte assíduo. Na época, lembro de achar bizarra a ideia de ouvir um estranho falar por horas, mas hoje em dia, não vivo sem.
Graças a um leitor, descobri recentemente o podcast Acquired, que conta a história de grandes empresas. Os episódios duram de 3 a 4 horas (!), relatando com bastante detalhe a trajetória de companhias como Nintendo, Enron, Walmart, entre várias outras. Os entrevistadores são muito bem preparados e simpáticos, sem aquele exagero americano.
O primeiro episódio que ouvi foi sobre o grupo LVMH, que conta como o Bernard Arnault transformou uma empresa têxtil falida na maior fortuna privada do mundo. O episódio dura 3 horas e 33 minutos, e com tantas reviravoltas, parece coisa de filme (envolve espiões nazistas, assassinatos em famílias italianas e a Rihanna tornando-se bilionária). Quem gosta de biografias e histórias de ascensão no mundo de negócios vai gostar; o trabalho dos meninos é bem feito.
Daisy Jones & The Six 👩🏻🎤
Sei que corro o risco de ser cancelada por admitir que não gostei da série Daisy Jones & The Six (PrimeVideo), mas é a verdade. A nova série da Amazon, adaptada do livro homônimo de Taylor Jenkins Reid, conta a história de uma banda dos anos 70, inspirada na trajetória do Fleetwood Mac. Achei o roteiro fraco (meio novelinha), os atores não me impressionaram, e a música precisaria ser muito melhor para ser relacionada à do Fleetwood Mac (uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos).
Dito isso, admito que gostei de duas coisas. Primeiro, da atuação da Riley Keough (o seu avô, Elvis, ficaria orgulhoso). E segundo, da relação complexa entre os protagonistas, Billy e Daisy. Eles atuam como espelhos um para o outro, enxergando as suas melhores e piores versões através do outro. Acho difícil encontrar relatos críveis dessa forma de amor - aquele onde duas pessoas se amam, mas não necessariamente são os melhores parceiros um para o outro - e a série conseguiu fazer isso de forma bonita, sensível e não tão óbvia.
Amadeus 🐟
Acho inacreditável pensar que poucas pessoas conhecem o Amadeus. Para quem não sabe, a casa de peixes e frutos do mar existe há 35 anos, e ocupa há mais de vinte o térreo de um flat despretensioso no Jardins.
Além dos ingredientes serem fresquíssimos, tudo é preparado com excelência pela jovem chef Bella Masano, e comandado com muito carinho pela sua mãe Ana, a alma do salão que toca o restaurante desde o início, junto com o seu marido Tadeu.
Na minha última ida ao Amadeus, me deliciei com os ostras de cultivo próprio e exclusivo (!), pirei no carpaccio de anchova defumada e de polvo, comi um dos melhores camarões da minha vida e me deliciei com o Prato do Pescador, que leva um pouco de todos os frutos do mar frescos do dia. Fechamos com chave de ouro com o pudim de macadâmias acompanhado de sorvete de pistache.
Por ser pescetariana, sou um pouco suspeita, mas o Amadeus é, sem dúvidas, um dos meus restaurantes favoritos de São Paulo, tanto pela qualidade de sua comida como pela despretensão do local.
Sonoma 🍷
Poucas coisas combinam tão bem com peixes e frutos do mar como um bom vinho branco. Algumas pessoas tem me perguntando onde costumo comprar vinhos, e um lugar que gosto muito é a Sonoma, do meu querido amigo Alykhan Karim.
Além da Sonoma ter uma vasta seleção de vinhos, inclusive de rótulos orgânicos e naturais, eles tem um sistema que entrega em até 90 minutos. Foram inúmeras as vezes que eles me salvaram e não cheguei na casa de algum amigo com um vinho ruim e caro, comprado às pressas no supermercado.
Agenda da NAZA 🚀
Se você gostou da dica do restaurante e dos vinhos de hoje, você deveria considerar assinar a Agenda da NAZA. Ela nada mais é do que um guia com tudo de mais legal acontecendo na cidade, incluindo programas gastronômicos, exposições, shows, peças de teatro, cursos, feiras e muito mais. Custa R$ 22 por mês (ou R$ 222 por ano), e prometo que você terá programas para se entreter durante o mês todo. E, além disso, você estará mostrando que gosta e apoia o nosso trabalho.
O sonho da casa própria 🏠
Fazia tempo que eu não via uma casa que eu gostasse tanto como essa. Os empreendedores Ramdhane Touhami e Victoire de Taillac-Touhami, fundadores da L’Officine Universelle Buly (que venderam para o grupo LVMH em 2021), compraram um antigo bordel próximo ao Place Pigalle em Paris, e o transformaram em um oásis de arte e criatividade. Achei curioso descobrir que é a 18a casa deles, em duas décadas e meia de relacionamento (os dois tem 48 anos).
Este video nos leva a um tour da casa inteira e a matéria que o acompanha é demais. Adorei mergulhar na vida desse casal tão excêntrico e criativo.
o quanto eu amo vocês dois não cabe em palavras ❤️
Paula, sua escrita e textos são ótimos. Na minha opinião, “em um” é mais elegante que “num”. Ou pelo menos combina mais ctgo.
Portanto, o PS não precisa vigorar ;)