Dizem que a autoestima melhora com o tempo. Se for pela relação que tenho com meu cabelo, terei que concordar.
Na adolescência, sofria por não ter madeixas lisas. Gastava horas por semana fazendo escova e dormindo de touca, entre outras artimanhas para alisar os fios. Perdi muitos mergulhos no mar para não ficar sem a chapinha. Durante anos tive certeza de que meu romance com o Pedrinho não foi em frente porque ele me viu no único dia que saí com a juba natural.
Se os cachos aceitei faz tempo, as curvas são algo mais recente. Noto que as calças têm ficado um pouco menos largas, e os shorts mais curtos. Minhas tias, que já aposentaram as minissaias, adoram. Ultimamente, há dias em que quase gosto das minhas curvas, e não tento transformá-las em retas…
Com amor,
Paula
A Casa dos Passarinhos 🦜
Descobri através da Caixa Postal, newsletter da Joyce Pascowitch, a Casa dos Passarinhos. Projetada em 1958 pelo arquiteto Sérgio Bernardes, a casa funciona desde 2014 como núcleo experimental de pesquisa e produção de artes visuais. Comandado pela artista Jacqueline Aronis, que mora no andar de cima, o espaço recebe exposições, oficinas e cursos, funcionando como um lugar de trocas em torno das artes.
Atualmente, estão expostos desenhos de Flavio de Carvalho, parte da coleção do galerista Breno Krasilchik. Com curadoria de Rui Moreira Leite, Tonalidades do Traço e Linhas de Força fica em cartaz até domingo, dia em que o catálogo será lançado com uma roda de conversa entre o curador, o artista Paul Monteiro e o pesquisador Thiago Gil Virava. Bacana!
50 Anos de Luisa Strina 🖼
Este mês, a galeria Luisa Strina comemora 50 anos de existência. Fundada em dezembro de 1974, durante o regime militar, a galeria atravessou décadas de transformações políticas, sociais e culturais, e desempenhou um papel crucial na promoção de artistas brasileiros e latino-americanos.
Para celebrar a ocasião, a galerista vai expor parte de sua coleção particular. Amostra, nome do conjunto de obras que vem a público a partir do dia 17 de dezembro, apresenta trabalhos de artistas como Cildo Meireles, Mira Schendel e Leonilson. Com curadoria assinada pela própria Strina, pela diretora artística da galeria Kiki Mazzucchelli e pelo curador/galerista Ricardo Sardenberg, a mostra fica em cartaz até o dia 18 de janeiro. O livro Luisa Strina 50, que teve a coordenação editorial da Act. Editora, acompanha a mostra.

Tristezas de Estimação por Fabiane Guimarães 📧
Estou adorando a newsletter da
, semifinalista do Jabuti deste ano pelo livro "Como se fosse um monstro". Ainda não li a obra, mas suas entradas na são sempre ótimas. Além de escrever muito bem, sempre me conecto com o que a Fabiane tem para dizer. Por exemplo, justo esta semana em que tenho pensado em como minha escrita evolui conforme amadureço, ela escreveu:Achei curioso que tenha sido assim, agora acho que não foi por acaso. Tenho passado por tantas mudanças internas e externas que é natural que a minha linguagem se transforme, que ela encontre caminhos mais suaves, estou sentindo demais para me restringir. Escrever sempre foi esse acessório de interpretação de vida, que carrego nas costas com muita persistência, porque me ajuda a passar pela realidade. Agora que estou vivendo uma das fases mais intensas, é interessante ver como minhas palavras vão sendo processadas, adequando-se ao esquecimento da gravidez, à falta de respiros de uma rotina cansativa, a um cogumelo explosivo de hormônios, ao medo do futuro. Estou mudando. Meu jeito de escrever também.
Cuia 🍽
A chef Bel Coelho acaba de abrir sua terceira casa em São Paulo. Depois do Cuia no Copan e do Clandestina na Vila Madalena, Bel trás uma nova versão do Cuia para Pinheiros. A casa não é grande, mas é muito simpática, decorada com cestarias Baniwa e artesanatos de várias regiões do Brasil.
Tive um almoço delicioso no novo Cuia, com um leitor uberabense que conheci através desta newsletter (obrigada, Marcelo!). As entradas estavam boas, mas bom mesmo estava o peixe do dia com farofa de feijão manteiguinha e molho de tucupi... Quase tão bom quanto no Pará! Fomos bem atendidos, principalmente considerando que a casa não tem um mês de vida. É uma boa opção para almoçar durante a semana em Pinheiros, ou para tomar um café a tarde.
Quero maiZ: você sabe o que significa Cuia? Adorei a definição que o restaurante usou:
As cuias são utensílios essenciais para os povos indígenas, usados para carregar ou armazenar alimentos, além de servir como colher ou copo. Leves e versáteis, elas aparecem em diversos formatos e tamanhos. Conhecidas também como Coité — do termo tupi kuya e’tê, que significa “cuia verdadeira” —, são frutos secos de árvores da família Bignoniaceae, carregando um profundo significado cultural para os povos indígenas da Amazônia. Mais do que objetos utilitários, as cuias simbolizam vida, fertilidade e abundância - além de serem, é claro, inteiramente sustentáveis. Elas representam união e comunhão, sendo usadas para compartilhar bebidas e alimentos, fortalecendo laços sociais e comunitários. Aqui, usamos a cuia para servir alguns dos nossos pratos, com o Baião de dois e o Lámen.
Agenda da NAZA 🚀
Sabia que você pode presentear alguém com uma assinatura para a Agenda da NAZA? Se você gosta desta newsletter, compartilhe; é uma forma de apoiar o nosso trabalho, e de dar um presente não tão óbvio.
O guia de dezembro está logo aqui.
Palato Mole 👅
As luzes de Natal e o trânsito revelam que entramos na reta final do ano. As desculpas para furar programas também; correria este final de ano né? Vamos deixar para janeiro? Pela primeira vez, não me identifico; estou chegando em dezembro mais tranquila do que estive em muito tempo.