O que leva uma pessoa que canta mal se apresentar em público? Será que ela acha que canta bem, ou não está preocupada com isso?
Estava correndo no parque quando vi um homem performando com um microfone conectado a uma caixa de som. Ele cantava tão mal, que começou a rolar um burburinho em volta. Entre as minhas passadas, só se ouvia variações do termo “desafinado”. Passei o resto da corrida pensando no que leva um desentoado acordar cedo, colocar os equipamentos embaixo do braço, e ir até o parque passar horas cantarolando.
Então, lembrei de todas as horas que meus familiares e amigos tiveram que me aguentar no karaokê — fazer amor de maaadrugaadá — e entendi tudo; tanto faz cantar bem ou cantar mal, o importante é cantar.
Com amor,
Paula
Silvio Modesto na Casa de Francisca 🎶
Até esta semana, eu nunca tinha ouvido falar em Silvio Modesto, importante personagem da cultura popular brasileira, responsável por sucessos gravados por nomes como Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Jovelina Pérola Negra, Os Originais do Samba. Na terça-feira, tive a oportunidade de ver Modesto ao vivo na Casa de Francisca, em uma das noites mais arrepiantes que vivi nos últimos tempos.
Acompanhado de seis excelentes músicos, Silvio encantou o público durante uma hora e meia. Entre uma música e outra, contou anedotas de amigos como Cartola, para quem ele contrabandeou “chá de macaco” (aguardente) em sua última apresentação. Do alto de seus oitenta anos, relembrou sua juventude como feirante e entoou sambas clássicos, mostrando que idade é só um numero.
A melhor casa de shows de São Paulo foi o palco perfeito para esse acontecimento tão especial; ao interromperem o serviço de comes e bebes durante a apresentação, e pedirem para não usarmos o celular até o bis, pudemos de fato curtir o show integralmente. Foi uma noite de samba e amor; a mais bela poesia. Bravo!
Quero maiZ: no ano que vem, será lançado um curta sobre a história de Silvio Modesto, junto com seu primeiro disco (!). Nunca é tarde para fazer coisas novas, nem mesmo depois dos 80… Nessa mesma linha, vale clicar no link abaixo para conhecer a vovó mais cool do Instagram.
Philippa Perry no Brasil 👩🏻🏫
No inicio de março de 2020, comprei ingressos para assistir a renomada psicoterapeuta britânica Philippa Perry falar a respeito de parentalidade e a construção de relacionamentos saudáveis. O evento foi cancelado por conta da pandemia, mas nunca deixei de querer conhecer a autora de diversos livros de sucesso e da coluna "Ask Philippa" no The Observer (The Guardian); ela é uma das maiores especialistas em saúde mental do Reino Unido.
No dia 28 deste mês, ela estará no Brasil pela primeira vez, apresentando sua abordagem revolucionária que tem ajudado milhares de famílias a melhorar suas conexões emocionais e a lidar com os desafios da criação de filhos. Vai ser no Teatro Santander, das 10:00 às 12:00. Vamos nessa? Consegui um cupom de desconto para os leitores da NAZA (TSOL10). Você pode se inscrever aqui.

Casa Rios 🍽
O almoço na Casa Rios foi certamente uma das melhores refeições que fiz na cidade este ano. Que maravilha!
A casa tem como base a cozinha do sudeste, com todas as suas influências migratórias e de relação com o campo. De acordo com seus criadores, o casal de jovens chefs Rodrigo Aguiar e Giovanna Perrone, o objetivo do espaço é trabalhar principalmente com pequenos produtores, que respeitam a sazonalidade, a natureza e a diversidade da terra. Para a dupla, que se conheceu em 2014 na cozinha do extinto Attimo, estas pessoas e seus ingredientes são suas principais inspirações.

Gostei da casa logo que entrei e dei de cara com a churrasqueira e o forno a lenha; senti que sairiam coisas boas daquelas brasas. Dei sorte porque fui com uma turma de glutões, então provamos quase todo o cardápio. Começamos com a coxinha de galinha, o mini milho na brasa com maionese de canela, o pastel de milho, a beringela defumada e laqueada com tucupi, o crudo de atum, e a lula na brasa com amendoim. Difícil dizer qual estava melhor. Depois, o grupo seguiu com as carnes grelhadas, e eu com o peixe do dia feito na brasa com pirão de camarão.
Para fechar com chave de ouro, provamos as três sobremesas; o arroz doce de cumaru e limão cravo, o bolo de chocolate, e a torta de requeijão de corte com goiabada, feita no forno a lenha da casa. Estou sonhando com esta última até agora! Valeu cada segundo da viagem até a Zona Leste.
Clementina Bar 🍷
Clementina é o nome da vira-lata de 12 anos que batiza este bar de vinhos em Pinheiros. Aberto no final do ano passado no subsolo de um sobrado na João Moura, o Clementina acabou de ficar maior e tomar conta do andar de cima, onde antes era o Lar Mar. Fui em uma quarta-feira e os dois andares estavam lotados. O clima era animado, cheio de casais jovens e grupos de amigos.
Com uma cardápio que prioriza queijos, charcutaria, pizzas e vinhos naturais, a casa é bem simpática. Todos os vinhos disponíveis, cerca de 60 opções, sendo 8 rótulos disponíveis para serem degustados em taças, são naturais, com nenhuma ou pouca intervenção, orgânicos e biodinâmicos. Estão na lista garrafas de produtores artesanais como Lazy Winemaker (Chile) e Testalonga (África do Sul).
Adorei o formato do menu; além das tábuas prontas, é possível montar a sua própria com itens de sua escolha. Escolhemos para a nossa os queijos Mantiqueira, Chouchou e Azul do Bosque, todos de pequenos produtores nacionais. Finalizamos com a pizza Fiorentina, que leva molho de tomate, mussarela da Roni, tomate picado, queijo Tulha da Fazenda Atalaia, Pesto e Manjericão. Delícia!
Quero maiZ: o Clementina vai celebrar seu primeiro ano de vida amanhã, com uma festa que vai das 16:00 a 00:00. Quem assume as pick-ups são os DJs Ubunto, Kurc e TYV. Informações completas aqui.
Agenda da NAZA 🚀
Vai estar em São Paulo no final de semana? Aproveite para acessar o nosso guia cultural da cidade, repleto de dicas de arte, música, teatro, festas, bem-estar, e muito maiZ. É uma forma de se manter atualizado, e de apoiar o nosso trabalho. Muito obrigada!
Vento 🌬
O meu fenômeno temporal favorito é o vento. Sou fascinada desde sempre pelo cantar do ar. Quando fraco, sussurra mensagens que chegam dançando pelo espaço. Em sua potência máxima berra embora o que não nos serve mais.