Bom dia Nazers!
Para quem não me conhece, eu sou aquela pessoa que vai escalar o Everest. Tá bom, talvez eu esteja exagerando um pouco e não seja exatamente o Everest, mas com certeza uma montanha bem alta e desafiadora. Uma dose elevada de determinação casada com um vício por novidades (descobri até que existe um termo para isso), faz com que eu seja a candidata perfeita para esse tipo de aventura.
Recentemente, em uma montanha, sofri um acidente que me levou à minha primeira cirurgia e a primeira internação. De repente me vi frágil, vulnerável e literalmente sem ar. Na véspera da operação, uma amiga me escreveu “você vai tirar de letra, você é tão forte” e eu me peguei pensando pela primeira vez…será que eu sou mesmo? Será que dou conta de escalar esse Everest?
Foram dias estranhos, com muitas novas emoções — mas não inteiramente ruins. Passar a semana me deixando ser cuidada pela minha mãe é algo que vai ficar cravado para sempre na minha memória. Sentir o amor, literalmente incondicional, da minha fiel companheira Bruschetta me comoveu e vai ser tema para muitas sessões de análise rsrs. A sensação de respirar de novo foi talvez o maior barato que já senti e me preencheu de gratidão pela vida.
Aos poucos, vou me sentindo mais forte e já começo a pensar em escalar alguma montanhazinha…quem vem comigo?
Com amor,
Paula
FELICIDADE INTERNA BRUTA
FilmeZ 🎬
É bem próximo ao Everest onde se passa o filme butanês Lunana: A Yak in the Classroom (A Felicidade das Pequenas Coisas), em que um jovem millennial da capital é enviado para ser professor na escola mais remota do mundo.
O filme é sobre o reencontro desse jovem com o que de fato importa na vida. Me identifiquei com ele em diversos momentos. Por exemplo, é a minha cara também ouvir musica (mais provável ainda um podcast rsrs) enquanto faço uma trilha deslumbrante no Butão em vez de ouvir os sons da natureza (vergonhoso, eu sei).
O cenário, com as montanhas e terraços de arroz do Butão, é lindo de morrer; a atuação dos atores é deliciosa; e tem chance de você terminar o filme mais reflexivo. Se nada disso te convenceu, o filme tem chance de ser nomeado para o Oscar de Melhor Filme Internacional (aliás, estamos de olho porque a lista completa dos indicados sai na terça-feira e a do BAFTA saiu ontem).
PLUM VILLAGE
ExperienciaZ 🇳🇵
Não é apenas porque sou junkie de tecnologias que me identifiquei com o Ugyen, o protagonista de Lunana. Quando eu tinha a idade dele, passei uma longa temporada dando aulas em uma vila extremamente remota nos Himalaias. As únicas diferenças entre o meu cotidiano lá e o dele são que enquanto ele colhia cocô de iaque nas horas vagas, eu ajudava na construção de uma nova sala de aula; e que minha "casa” era no Nepal e não no Butão.
Passaram-se 12 anos desde essa experiência e, sinceramente, não sei se hoje em dia teria coragem de morar por três meses em um depósito de arroz dividindo o chão com roedores e tomando banho de rio todos os dias — mas foi com certeza uma das melhores experiências da minha vida.
Dica NAZA: Se você tem vontade de viver uma experiência transformadora mas também não se sente preparado para viver sem banheiro (!), recomendo muito dar uma olhada em Plum Village. A comunidade fundada pelo monge budista Thich Nhat Hanh, falecido há 15 dias aos 95 anos, fica em Bordeaux e oferece diferentes retiros o ano todo.
FLY NAZA 🚀
Contamos no nosso Instagram que em breve vamos lançar os guias de viagens da NAZA. Todo mês vamos escolher um destino e publicar um guia com dicas imperdíveis do lugar. A primeira parada já foi escolhida, com a ajuda de vocês, e será um destino muito especial no Brasil. Fiquem de 👀 aqui que já já vamos explicar como você faz para receber.
DICA RÁPIDA: THE ZEN ZONE 🧘🏽♀️
Ainda na vibe do Nepal e do Butão: este site tem alguns joguinhos legais para nos ajudar a desestressar. Ommm.
DOBRADINHA LITERÁRIA
LivroZ 📚
Na última newsletter, dividi minha lista de 11 livros que gostaria de ler este ano. O bom de estar "de molho" (acho engraçada essa expressão) é que consegui me dedicar bastante à leitura — li um livro da lista, estou na metade do segundo e me permiti largar um que não estava gostando (uma grande conquista da qual fiquei orgulhosa, pois sou do time que não abandona jamais).
Primeiro li Lili (rsrs) de Noemi Jaffe. O livro se lê como um “manual do luto”, tanto pelo seu formato físico quanto pela maneira como a autora vai se recordando de sua mãe, uma sobrevivente de Auschwitz que faleceu recentemente aos 93 anos de uma infecção nos pés. Achei muito bonita a forma como a autora traz as memórias de sua mãe e acho que Lili pode ser um bom ponto de encontro para quem já perdeu a sua.
O livro que me permiti deixar de canto foi As doenças do Brasil, último lançamento de Valter Hugo Mãe. Já li algumas obras dele que gostei muito, como O Filho de Mil Homens, mas esse ainda não me pegou.
QUARTA CAPA TODAVIA
PodcaZt 🎙
Adorei o episódio especial do podcast Quarta Capa Todavia com o Itamar Vieira Junior, autor de Torto Arado. Nele, temos acesso às divagações do próprio Itamar, ouvindo ele intercalar memórias de sua infância com seu avô pianista com a experiência de virar um autor premiado hoje em dia. Achei uma forma muito gostosa de conhecer melhor o autor e consequentemente sua obra.
DE PIRACANGA AO RIO VERMELHO 🧜🏿♀️
MúZica 🎵
Como todos devem saber, 2 de fevereiro é dia de Iemanjá. Gosto muito da data e ela me inspirou a escrever algumas linhas sobre a pluralidade da espiritualidade no Brasil. Aproveitei para dividir algumas fotos do ano que comemorei com a nossa Rainha do Mar na comunidade de Piracanga, outro lugar legal para quem está buscando uma experiência de reconexão.
Este ano não passei na Bahia mas me embalei com a playlist de 11 músicas para Iemanjá que o Oscar fez para a NAZA. Só ele para descobrir um mantra para Iemanjá de um músico chamado Rainer Scheurenbrand 🤣
DICA QUENTE 🔥
Na última newsletter de 2021, dividi 6 filmes que estavam para lançar e que eu estava louca para ver. Faço parte da turma (cada vez menor 😢) que ainda gosta de ir ao cinema então estou feliz de poder ver esse filmes e vários outros na telona (mesmo se me decepcionei esta semana com O Beco do Pesadelo e Spencer).
Ontem estreou Madres Paralelas do Pedro Almodóvar e fui voando assistir. Me incomodei com alguns aspectos da trama mas achei espetacular a atuação das atrizes principais (Penélope Cruz e Milena Smit) e adorei as cores, os sons e a originalidade da história, que são clássicos do Almodóvar. Agora se você é da turma que dispensa as salas e prefere #netflixandchill, tudo bem também…Madres Paralelas estreia dia 18/02 na Netflix.
Gente, conta mais dessa história no Nepal! Que maravilhoso! Edição deliciosa, só pra variar