Oi Nazers!
Na NewZ Vol. 20, falei que eu estava com a sensação de que o mundo "estava voltando". Bom, agora tenho certeza rsrs. Estamos sem máscaras, tudo está aberto e São Paulo vibra com eventos, lançamentos…Sinto a vida andando em um ritmo excepcionalmente acelerado e me pego pensando: será que tudo corria assim pré-pandemia e sou eu que me desacostumei? Estamos de volta ao “velho normal"?
Não me entendam mal, eu a m o ver a cidade "de volta". Poder ir ao cinema, ver tantas novas exposições, sentir a vibração de um show ao vivo e desvendar um restaurante novo, transbordam a minha alma de esperança. Por outro lado, aprendi a ficar em casa pela primeira vez durante a pandemia e confesso que amei (sei do privilégio por trás disso). Dedicar horas aos meus livros, cultivar hábitos mais saudáveis, alimentar meus interesses e, acima de tudo, passar tempo na minha própria companhia, me trouxe uma qualidade de vida que nunca tinha tido antes.
Nas últimas semanas, tenho me visto tentando equilibrar esses costumes que adquiri na pandemia com a velocidade do cotidiano atual. Nem sempre consigo, mas boas trocas com meus queridos e algumas práticas terapeuticas têm me ajudado a não me entregar por completo ao novo (ou antigo?) ritmo maluco que vivemos. Tem mais alguem aí se sentindo assim?
Com amor,
Paula
CODA
FilmeZ 🎞
Como todos sabem, Coda: No Ritmo do Coração ganhou o Oscar de melhor filme este ano. O longa leva esse nome pois a protagonista, Ruby, é CODA (“Child of Deaf Adults”) e a única pessoa ouvinte de sua família.
CODA é sobre as dinâmicas particulares dessa família e como a Ruby fica dividida entre seguir seus sonhos e continuar ajudando seus pais. Achei muito boa uma cena que começa com a Ruby perguntando para a mãe, "você queria que eu também tivesse nascido surda?". Também achei forte uma das cenas finais, a apresentação musical, que mostra o momento da perspectiva das pessoas surdas. Me surpreendeu que um filme com pouco valor cinematográfico ganhou o prêmio mais prestigioso do cinema, mas valeu pelo contexto e a história é comovente.
Quero maiZ: Sabia que CODA é uma nova versão de um filme francês chamado A Família Bélier (Telecine)? Ainda não consegui ver mas dizem que é lindo.
DICA RÁPIDA 🗞
Falando em Oscar, adorei esta matéria em que o Pedro Almodóvar relata a sua experiência dos Oscars. É interessante ter acesso a momentos íntimos da interação dele com atores, mergulhar em suas observações e ver que até um diretor tão famoso fica inseguro sobre a roupa que ele vai usar. Adorei.
QUANDO CHEGOU CARTA, ABRI
PodcaZt🎙
Levei um (maravilhoso) susto na semana passada quando vi a NewZ da NAZA citada na Vou te falar, uma das minhas newsletters favoritas. Naquela edição, a Carol Ruhman Sandler falou que ela adora o perfil de cartas Letters of Note, que ela descobriu no Instagram da NAZA. Uma coisa levou à outra e a autora Luiza Mussnich me recomendou o podcast Quando chegou carta, abri — em particular, o episódio sobre uma carta esquecida que Elis Regina deixou para seu filho mais velho.
O episódio dura menos de 10 minutos, como a maioria dos episódios do podcast, cuja premissa é revelar as histórias por trás de cartas entre pessoas conhecidas. A carta é lindíssima, muito emocionante, e a história de como ela ficou perdida por tantos anos é demais.
RAMADAN
ReceitaZ 🧆
Você sabia que estamos em meio ao Ramadã, um mês sagrado do calendário islâmico? Durante este período, para celebrar o momento em que o arcanjo Gabriel revelou o Alcorão para Maomé, muçulmanos fazem jejum todos os dias entre o nascer e o pôr do sol — e dejejuam no final do dia com comidas deliciosas. Quase morri com uma matéria do New York Times indicando 15 receitas para o Ramadã.
Quero maiZ: Às vezes faço jejum intermitente e acho o Zero (iOS, Android) uma ótima ferramenta para isso. Como não sou médica, não vou elaborar no tema do jejum, mas para quem se sente bem fazendo, esse app é bem simples e prático.
RUMI
PoemaZ ✍🏻
Falando em maravilhas islâmicas, descobri na newsletter The Marginalian desta semana que acaba de ser lançado o livro Gold, uma seleção de poemas do Rumi traduzida por uma poeta americana de origem persa. Fiquei louca para ler, até porque tem várias obras do meu poeta favorito que nunca tinham sido traduzidas antes.
Este é um dos poemas no livro:
LET’S LOVE EACH OTHER
Let’s love each other,
let’s cherish each other, my friend,
before we lose each other.
You’ll long for me when I’m gone.
You’ll make a truce with me.
So why put me on trial while I’m alive?
Why adore the dead but battle the living?
You’ll kiss the headstone of my grave.
Look, I’m lying here still as a corpse,
dead as a stone. Kiss my face instead!
Quero maiZ: Se quiserem ouvir o poema sendo recitado pela Gafori, este é o link.
RENATA LUCAS
InZtalação 🎨
De volta ao centro de São Paulo, gostei muito do trabalho da Renata Lucas para o projeto arte_passagem. Fica até o dia 29/04 na vitrine da loja 7 do Edifício Eiffel, o último prédio residencial projetado por Oscar Niemeyer. Recomendo demais ir dar uma olhada na instalação e depois caminhar pelos prédios maravilhosos da Vila Buarque.
Intervenção Renata Lucas
Edifício Eiffel Loja 7, Praça da República 177, São Paulo
Quero maiZ: Histórias de Casa é um site bem legal que mostra um pouco como as pessoas vivem em suas casas ou, como dizem eles, como as pessoas se relacionam de forma afetiva com os espaços que ocupam. Achei uma graça este apê que fica no Edifício Eiffel. Quem mora nele é o Manoel, responsável pelo perfil lindo Antônio, que faz um garimpo de objetos para a casa.
LEONILSON NA SUPERFÍCIE
ExpoZição 🖼
Ainda nas artes, achei de uma delicadeza enorme a exposição Que sejam muitas as manhãs de Verão do José Leonilson na Galeria Superfície. Sou muito fã do artista e ver o trabalho dele ser tão bem cuidado e apresentado me deixa muito feliz. Adorei a curadoria da Lisette Lagnado, que intercalou as obras com poemas do grego Konstantinos Kavafis, fazendo um paralelo muito interessante.
José Leonilson — Que sejam muitas as manhãs de Verão
Galeria Superfície, Rua Oscar Freire 240, São Paulo
03/04 a 04/06/2022
DONNA
RestauranteZ 🍴
Fui conhecer o novo restaurante italiano do André Mifano (dos extintos Vito e Lilu). O Donna fica nos Jardins, o que achei bom, pois — correndo o risco de ser cancelada — acho que o bairro carece de bons restaurantes. Adorei o ambiente; o restaurante é bem pequeno e todo amadeirado, elegante. Mifano é conhecido por suas carnes e embutidos, então acho que as melhores pedidas devem ser pratos como a carbonara, o rigatoni com ragu de linguiça caseira e erva-doce, e a massa fresca com ragu bolognese. De sobremesa, pedimos a torta de chocolate que estava gostosa mas achei a geleia uma surpresa desnecessária.
METAMORPHIKA
VinhoZ 🍊
Acho que já comentei aqui que sou apaixonada por vinhos laranjas. Correndo o risco de ser cancelada (de novo) pelos meus amigos entendedores de vinho, acho que vinhos laranjas tendem a ter mais personalidade do que vinhos brancos comuns rsrs.
Semana passada, provei este vinho laranja da Catalunha e foi o melhor que experimentei nos últimos tempos. Em seguida provei o vinho tinto da mesma vinícola e não ficou muito atrás. Tem no Cora, restaurante que resenhei aqui.
Fato NAZA: Vinho laranja pode estar 'na moda', mas sabia que é a forma mais antiga de se fazer vinho branco? Se quiser entender mais sobre vinho laranja, esta matéria fala muito sobre essa 'moda' e recomenda alguns no final que fiquei morrendo de vontade de experimentar. #sextou
Nunca soube que existia vinho laranja (🤦♀️), adorei! Vou provar!!! 😊
Que dica incrível esse podcast das cartas! Já vou começar a ouvir. Obrigada pela menção, amiga ❤️