Rasgar a Fantasia 🦹🏻‍♀️

Agenda da NAZA — Volume 9 (fevereiro 2023)

Sempre gostei de me fantasiar. Quando eu era pequena, era daquelas crianças que queria ir para todos os lugares fantasiada. Lembro bem da fase da Branca de Neve, depois da Bela Adormecida e, por fim, da Esmeralda (infância nos anos 1990). Na época da Branca de Neve, a minha brincadeira favorita era me fingir de morta, para então o príncipe (o meu vizinho na praia e namoradinho) me acordar com um beijo como no filme. A única diferença é que eu nunca acordava, pois queria ficar recebendo infinitos beijinhos rsrs. 

(Foto: NAZA)

Durante muitos anos, abandonei a fantasia. Era muito mais "cool" usar boné Von Dutch e calça Diesel (que não deixa de ser outra categoria de fantasia) ou os abadás nas micaretas do Chiclete com Banana ou dos Inimigos da HP. Nessa fase, o legal era se vestir igual a todo mundo, com pouquíssimo espaço para criatividade e auto expressão. Como boa adolescente, eu me levava a sério demais para usar qualquer coisa que pudesse destoar e então ser motivo de piada. 

Com 18 anos, fui fazer faculdade na Escócia. De repente, passei a frequentar festas universitárias e até as mais simples envolviam temas e fantasias. Para os ingleses e escoceses, "fancy dress parties" são de praxe e quanto mais ousado e diferente você for, melhor. Homens vestidos de mulher é o básico e fantasias que fazem referência ao momento político e econômico atual são muito comuns. Fazer faculdade na Escócia me trouxe um milhão de coisas e uma delas foi o resgate das fantasias — entender que não se levar tão a sério e rir de si mesmo é maravilhoso. 

Este mês, o Brasil é tomado pelo Carnaval. Por vários motivos, acho uma das tradições mais lindas do país: é um momento em que as regras sociais se afrouxam; não nos levamos tão a sério, e deixamos as nossas crianças interiores brincarem um pouco.

Pensando nisso, começamos a Agenda de fevereiro com um Especial de Carnaval, e um convite para vestirmos a nossa melhor fantasia — aquela com a qual nós não nos levamos tão a sério. Para os que não estão nem aí para o Carnaval: não se preocupem, seguimos com a nossa programação mensal de exposições, shows, feiras, cursos e muito mais. Tem tanta dica que o email provavelmente virá cortado, então não esqueça de clicar em “exibir toda a mensagem” para ver tudo!

Com amor, 
Paula

Quando eu e o Oscar viemos morar no Brasil, trouxemos na mala a tradição de nos fantasiar. No Halloween de 2014, nas vésperas das eleições, ele se vestiu de Dilma (com direito a maquiagem, salto alto e blazer vermelho da minha mãe) e eu de Aécio. Lembrar disso me faz pensar no quanto a nossa sociedade está polarizada hoje e não temos mais espaço para esse tipo de brincadeira  (Foto: NAZA)