Como é difícil para mim não fazer nada.
Quando estou dormindo, estou sonhando. Na corrida ou na yoga, oscilo entre ouvir música e fazer listas mentais com o que tenho que fazer depois. Aí tem o trabalho, os encontros sociais e a vida cultural. Nos momentos que restam, leio, escrevo, ouço um podcast e mexo no celular. Muitas vezes, faço duas ou três dessas coisas ao mesmo tempo, e é assim das 06:00 da manhã às 22:30 da noite.
Em outras palavras, nunca estou fazendo nada. Aliás, ao escrever esse texto, percebo que não sei nem o que significa não fazer nada (alguém sabe?).
Dito isso, depois de algumas semanas agitadas, me permiti desacelerar. Prestei atenção aos pedidos do meu corpo, e passei mais tempo na natureza. Trabalhei menos aos finais de semana, e me autorizei a furar alguns treinos de corrida. Respirei um pouco mais, e dormi muito mais.
Não sei se quem definiu o termo "não fazer nada" aceitaria esses momentos de quietude dentro da sua classificação, mas sei que eles me fizeram muito bem, e tenho amado inseri-los no meu dia a dia.
Com amor,
Paula
Costa do Cacau 🌴
Se tem um lugar que me ajuda a desacelerar, é a Bahia.
Semana passada, voltei para a Costa do Cacau, mais especificamente para Algodões e Serra Grande. Para quem não sabe, além de ser um paraíso natural, esse trecho do litoral baiano tem se firmado como referência na área de agrofloresta.
Algodões
Na minha opinião, o Sítio do Outeiro é uma parada obrigatória em Algodões. É lá onde o querido casal Karma e Marisa fazem, entre outras delícias, o melhor açaí do Brasil. O programa todo é uma experiência única e imperdível; só indo para entender.

Nesta ida, conheci e adorei o Coletivo Massala. Eles fazem um trabalho incrível com agroecologia, organizando feiras semanais e cursos com mestres como Ernst Gotsch, criador da agricultura sintrópica. Além disso, eles servem uma comida vegana divina na Casa Encantada, com muitos ingredientes provenientes da Fazenda São Francisco. Estou sonhando até agora com o "hambúrguer à parmegiana" que devorei.

Serra Grande
Quando se fala em Serra, é impossível não pensar no querido casal Tereza e Arnauld, criadores do Paraíso Verde. Ela é baiana e ele francês, e juntos, eles criaram o melhor e mais puro óleo de coco orgânico do Brasil. No instagram, é possível não só comprar os produtos, mas também ficar por dentro dos diversos retiros e cursos que eles realizam em sua casa.

Quero maiZ: Desta vez, tive a sorte de estar lá durante o Sarau Serra Viva, evento que acontece uma vez por mês na praça principal da cidade. A proposta do sarau é promover a gastronomia e a cultura local, e divulgar as iniciativas socioambientais da região. Conheci vários produtores novos e reencontrei alguns que adoro, como a Maya (cozinha oriental natural), o Mimos da Mata (chocolates e frutas agroecológicos) e a Plantae (quitutes artesanais veganos).
Dance, Dance, Dance 💃🏽
Aproveitei os momentos de pausa para terminar Dance, Dance, Dance, obra de Murakami.
O livro, de 1988, foi o sexto publicado pelo autor. De acordo com Murakami, esse foi o livro que ele mais gostou de escrever, já que ele veio para curar a fama inesperada que ele alcançou com Norwegian Wood. Aliás, eu acabei lendo Dance, Dance, Dance porque comentei com um amigo que estava adorando Norwegian Wood, e ele disse que então deveria ler o seu sucessor (ele apenas esqueceu de me falar que o livro é um spinoff da Trilogia do Rato, então faz sentido ler ele por último).
Independente da ordem, eu amei o livro. Achei brilhante a simplicidade da escrita do autor, o seu senso de humor, e a forma como ele construiu seus personagens e as narrativas. Também adorei como a história é ao mesmo tempo mundana e surreal, e como tantas coisas ficam no ar, sujeitas à nossa própria interpretação. A moral da história, para mim, é: ao final, tudo vai dar certo, mas precisamos percorrer o caminho para chegar lá (e dançar conforme a música deixa tudo mais fácil).

Quero maiZ: A cada livro que leio do autor, me apaixono mais e mais pela sua escrita. Me fascina como ele consegue ser popular e cult ao mesmo tempo - ter tanto sucesso comercial, sem sacrificar a qualidade do seu trabalho. Falei na segunda edição desta newsletter sobre o seu único livro explicitamente autobiográfico, Do que eu falo quando falo de corrida. Adorei e recomendo. Outros que gosto são Kafka à beira-mar, Norweigan Wood e Wind-up Bird Chronicle.
Salão Literário 📚
Falando em livros, no dia 25 realizo, junto com a The School of Life e a Carol Ruhman, da newsletter
, mais uma edição do nosso Salão Literário. A última foi sobre amizade e essa será sobre "o outro", ou aquele que é diferente de você. Teremos duas palestrantes super especiais, e eu vou me arriscar de novo, falando algumas palavrinhas.Para participar, você pode comprar uma entrada para uma sessão avulsa, ou comprar o pacote que da acesso a todas as edições (serão mais 9 até o final do ano, sempre na última terça-feira do mês). Lá na Agenda da NAZA, tem um cupom com 10% de desconto para os nossos assinantes. Vamos nessa?

Glória a Lenha 🪵
Descobri no Instagram do Dany Simon o Glória a Lenha, o novo projeto do Paul Glory e da Gabriela Rodrigues.
Funciona assim: quando o forno do Bocada's não está fazendo uma de suas deliciosas pizzas, ele é ocupado pela "cozinha incendiária" do Glória a Lenha. Abre sábado e domingo para o almoço, e segunda para o jantar. O cardápio muda sempre e pelas fotos que vi, é criativo e original. Achei demais o jeito como eles anunciaram o cardápio desse final de semana. Estou louca para conhecer.

Agenda da NAZA 🚀
Recentemente, alguns leitores me falaram que não tinham entendido como funciona a Agenda da NAZA, então achei que valia vir aqui explicar.
É assim: uma vez por mês, geralmente na última sexta-feira de cada mês, lançamos o nosso guia cultural com tudo o que irá acontecer em São Paulo nas próximas semanas. Tem shows, teatros, feiras, festas, exposições e muito mais. A ideia é que quando você estiver procurando algo legal para fazer na cidade, você acesse o post, que contém todas as nossas melhores dicas para o mês.
A Agenda é exclusiva para os nossos assinantes e custa R$22 por mês, ou R$222 por ano. Assinando ela aqui, todo mundo sai ganhando; você ganha infinitas dicas da cidade, escolhidas a dedo por nós, e nós ficaremos super felizes de saber que vocês curtem o nosso trabalho 😊.
Pessoal, eu amo as dicas de viagem de vocês <3
Tem outras dicas em alguma anterior? vou devora-las
Obrigada
Queria tanto poder estar em São Paulo pra ir ao salão. E eu preciso dar uma chance ao Murakami. Eu amei “Pinball”, mas detestei “Minha querida Sputnik” e aí parei. Mas vou ler “Dance dance dance”, até porque o título tem tudo a ver comigo.