Uma das frases que eu mais repito no meu dia a dia é “vai dar tudo certo”. Ela é um dos meus lemas de vida, e hoje me deu vontade de dividir o que ela significa para mim.

Existe uma linha muito tênue entre essas quatro palavras e o meme acima. O “dar tudo certo”, no sentido que eu enxergo, não é sobre minimizar a dor do outro. Muito pelo contrário; é sobre aceitar que ela existe, acolher, respeitar que a vida nem sempre é fácil, mas junto com isso também entender que tudo faz parte de um contexto maior que foge do nosso controle.
Ao longo da vida, passei por várias coisas que na hora eu não entendi, mas hoje as enxergo como grandes oportunidades de aprendizado. Um exemplo foi quando quebrei o nariz no ano passado. Foi horrível. Doeu, sangrou mais do que a pior (ou melhor) cena de um filme do Tarantino, tive que pegar um voo sozinha de 12 horas para fazer a cirurgia no Brasil e, depois disso, fiquei uma semana sem conseguir respirar.
Mas junto com toda essa dor, veio uma aproximação a minha mãe. No momento do acidente, estávamos um pouco distantes, e ele caiu que nem uma luva para nos unir. Eu deixei ela fazer o seu papel de mãe e cuidar de mim, o que foi maravilhoso para a nossa relação. Será que estaríamos tão próximas hoje se o acidente não tivesse acontecido? Tenho minhas dúvidas…
Imagino que a maioria das pessoas que estão aqui vão ler isso e achar óbvio, ou dispensar a ideia como um Polianismo. Entendo e respeito. Mas talvez exista alguém que esteja passando por uma barra, e ler isso sirva como um bom lembrete. Não é um conceito genial e nem revolucionário, mas as vezes tudo que precisamos ouvir é um bom clichê.
Vai dar tudo certo.
Com amor,
Paula
The Tim Ferriss Show: Jack Kornfield 🎙
Este podcast entre duas das pessoas que mais admiro hoje em dia, o Tim Ferris e o Jack Kornfield, contém milhares de dicas valiosas para nos ajudar com ansiedade, depressão, medos e angústias. Adorei a forma que o Jack ensina a lidarmos com a nossa ansiedade. Ele começa falando assim; converse com ela, ouça o que ela está falando e a história que ela está contando, e dê um nome para ela. O pensamento abaixo, dito pelo Jack em outro momento do podcast, foi uma das coisas que me inspirou a escrever esta newsletter:
Can you be in this world and can you love it with all its imperfections? And can you bring that spirit of care and love in the middle of what’s tragic and what’s beautiful? That’s a liberated heart.
O episódio é longo e denso, mas trás ferramentas maravilhosas. Vai ficar comigo o conceito de que compaixão é um verbo e, portanto, requer ação (não adianta só se solidarizar). O episódio termina com uma meditação de 25 minutos conduzida pelo Jack sobre amor e generosidade. Vale a pena.
De Tirar o Fôlego 🎥
Fazia tempo que eu não via uma demonstração de amor, generosidade e altruísmo tão forte como a que vi no documentário De Tirar o Folêgo.
Produzido pela brilhante A24, o filme conta a história dos mergulhadores Alessia Zecchini e Stephen Keenan. Adoro documentários, e fico triste quando uma história ótima é mal contada. Esse é o contrário disso; ao longo de quase duas horas que passam como um piscar de olhos, a diretora Laura McGann traduziu da melhor forma possível essa trama de amor, paixão e determinação. É angustiante, mas muito emocionante e tocante ao mesmo tempo. Tenho uma dica: não pesquisem nada sobre o enredo antes do filme, parte da graça é se deixar ser surpreso a cada minuto.
Barbieheimer 🍿
Tudo que De Tirar o Folêgo tem de simples, no melhor sentido, os filmes Barbie e Oppenheimer tem de “mega". Ambos são produções milionárias, que fazem uso de milhares de efeitos especiais (e muito dinheiro), para contarem as suas histórias.
Tenho um pouco de vergonha de admitir, mas não gostei de Barbie. Do ponto de vista de marketing, acredito que seja o melhor exemplo de propaganda que temos nas últimas décadas. A Mattel arrasou, e a Greta Gerwig entregou o job como ninguém. Posto isso, pensando nele como um longa metragem, achei chatíssimo.
Já Oppenheimer, eu gostei um pouco mais. Tem duas cenas, a da Trinity e a troca entre o Einstein e o Oppenheimer no final, que achei brilhantes. Essa última é um ótimo exemplo de como as vezes levamos para o pessoal algo que não tem nada a ver com a gente, e como isso pode ter consequências muito perigosas. Gostei das outras 3 horas do filme, mas me perdi um pouco entre tantos acontecimentos. Acho que vou preferir ler um bom livro sobre o tema.
Espiral #87: Eu te amo 🖤
É comum ouvirmos juras de amor em casamentos. É menos comum lermos cartas amorosas entre casais que estão juntos há 10, 15 anos.
Semana passada, a
nos deu um presente ao escrever um relato sobre os seus 10 anos de casada. Eu devorei a newsletter em poucos minutos, e entrei de cabeça na história dela e do seu marido. Obrigada Lalai por dividir com a gente a sua história de amor. Deixo aqui um dos vários trechos que adorei:Ele sou eu. Eu sou ele. Mas não somos um. Longe de mim. Somos muito diferentes. E, às vezes, somos tão iguais. Juntos nos reinventamos. Carregamos um pouco do outro. Vivemos experiências que provavelmente não viveríamos se nossos caminhos não tivessem se cruzado…Ele é a minha moderação. Eu sou a sua abre alas. Com ele eu aprendi a voar. E, quando eu caio, ele me estende as mãos e me abraça. Está sempre lá. Eu estou sempre aqui.
Agenda da NAZA 🚀
Esse final de semana em São Paulo tem a abertura de um dos projetos de arte mais legais dos últimos anos, e uma feira que reúne moda, gastronomia, design e decoração, além de muitos outros programas legais. Na Agenda da NAZA, escolhemos a dedo dezenas deles, para você curtir o final de semana. Para acessar, é só clicar na foto abaixo. Boa programação para todos!
Brincando com Fogo 🔥
Entrei no meu novo ano com uma passagem pela prisão na Armênia e uma queimadura de água-viva no rosto. Se não bastasse, na minha volta da Sicília fiquei 24 horas retida em Palermo por conta dos incêndios na cidade. Tive que comprar 7 voos para conseguir escapar dali.
Paula Querida,
Amo ver o email da sua News na minha caixa postal! É sempre uma leitura deliciosa!!!
Meu lema é também "vai dar tudo certo", excelente reflexão.
Ainda não "estava aqui" quando você contou do seu nariz quebrado e da sua experiência no Nepal. Vou sempre me surpreendendo, hahaha, que incrível!
Gostei muito também do documentário "De tirar o fôlego" e não opinei na enquete pois ainda não assisti Barbie.
Um beijo grande e tenha um ótimo fim de semana.
Amiga, eu amo o “vai dar tudo certo”. Ajuda com a ansiedade e a ressignificar o passado. Amei o texto!