Hoje eu queria começar agradecendo. Pedimos muito, reclamamos tanto e agradecemos pouco.
Quero agradecer por ter acordado - muitas pessoas não abriram os olhos hoje. Agradeço por ter saúde e disposição, e agradeço pelo meu corpo, exatamente como ele é. Obrigada pela minha família e por todos os meus amigos, muitos dos quais são família também. Sou grata por poder fazer o que eu amo e por todas as oportunidades que tenho. Gratidão pelo meu lar e por (ainda) me sentir segura no meu país; muitos, como é o caso das pessoas de quem falarei abaixo, tiveram que sair dos seus, largando tudo para trás.
Como diz a música de Violeta Parra, eternizada por Mercedes Sosa, Gracias a la vida, que me ha dado tanto…E você, já agradeceu hoje?
Com gratidão,
Paula
Estou Refugiado 🆘
Desde que escrevi esta newsletter, não consegui tirar a crise dos refugiados da cabeça. Fui atrás de algumas ONGs que trabalham com refugiados no Brasil, e nessas, descobri a Estou Refugiado.
De cara, adorei o nome, que enfatiza como o status de "refugiado" é algo transitório, situacional, e não fixo. Depois, conheci a criadora, a Luciana Capobianco, e me encantei pela história dela, que largou uma carreira de sucesso no mercado da publicidade para se dedicar inteiramente à causa.

Hoje, o foco da Estou Refugiado é a inserção de refugiados no mercado de trabalho. Eles trabalham junto a várias empresas, garantindo oportunidades de trabalho para os migrantes. O grupo já conseguiu fazer com que mais de 4,000 pessoas fossem entrevistadas, e 1,500 foram contratadas.
Além disso, a ONG faz iniciativas incríveis para chamar atenção ao tema, como esse experimento social no Tinder, e o projeto Cores do Mundo, onde tapumes de grandes obras são pintados por refugiados. Muito obrigada Luciana, e parabéns pelo seu trabalho! Para quem se interessar em ajudar, contratando um refugiado ou fazendo uma doação, é só entrar aqui.

Pedra Viva: Serra da Capivara e o Legado de Niè
de Guidon no MUBE 🪨
No papo com a Luciana, falamos sobre a Serra da Capivara e a exposição que acabou de abrir no MUBE, em homenagem aos noventa anos da Niède Guidon.

A mostra une a importância do Parque Nacional com a trajetória da pesquisadora franco-brasileira, que dedicou a sua vida a estudar a ocupação humana na América. Além de trabalhos arqueológicos, paleontológicos, geológicos e botânicos, a exposição também apresenta obras de artistas contemporâneos, como Marina Rheingantz, Carmela Gross, Castiel Vitorino Brasileiro, Solange Pessoa, Mauro Restiffe, entre outos. Espécies de plantas da Caatinga — como o Mandacaru, o Xique-xique, o Cacto azul, a Macambira-de-flecha e o Caroá - estão presentes na área externa, representando o bioma.
Quero maiZ: Contei aqui sobre o quanto eu amei conhecer esse tesouro piauiense no ano passado. Estou muito feliz de ver o trabalho da Niède ser cada vez mais reconhecido. Ela merece todas as honras.
Agenda da NAZA 🚀
A exposição em homenagem a Niède Guidon está nesta Agenda da NAZA, junto com dezenas de outros eventos que estão acontecendo em São Paulo durante o mês de abril. Por R$22 por mês ou R$ 222 por ano, você tem acesso a uma rica e variada programação da cidade, escolhida a dedo por nós.
Air ☑️
Eu sempre amei a Nike. Não sei explicar o porquê. Talvez por conta da estética do logo, junto com o nome de quatro letras, ou pela personalidade da marca no geral, mas sempre fui totalmente fã (do tipo que guarda sacolas de papel vazias só para ter mais um pedacinho daquilo - a vítima perfeita do marketing, eu sei). Aliás, a única vez em que cogitei entrar, de fato, para uma empresa mais convencional, foi em 2014 na área de inovação da Nike.
No final de semana passado, fui ao cinema assistir Air, o novo longa dirigido pelo Ben Affleck, que conta a história de como a Nike conseguiu fechar a parceria com o então jovem Michael Jordan. Entendo como alguns críticos dispensaram o filme como uma ode ao consumo, mas eu não tirei o meu olho da tela.

Primeiro, achei que o Ben Affleck fez um excelente trabalho como diretor. Ele conseguiu contar a história de uma forma original e cativante, através de um bom roteiro, de um ótimo uso da câmera e de excelentes atores (inclusive ele próprio, que faz o papel do Phil Knight). Também adorei como ele recriou a estética dos anos 80.
Com relação à história em si, tem vários trechos que me chamaram a atenção, mas é impossível não destacar o papel da mãe do Michael, a Deloris Jordan, que teve muita coragem, principalmente considerando o contexto da época. Ela mudou as regras do jogo não só para a sua família, mas para toda uma geração.
Fato NAZA: logo depois, ouvi um podcast com o Ben Affleck onde ele contou como ele e o Matt Damon são melhores amigos desde a infância, e hoje são sócios em uma nova produtora. Adorei conhecer melhor a dupla.

Shoe Dog 📖
Uma das minhas autobiografias favoritas de todos os tempos é Shoe Dog, a história de como o Phil Knight começou a Nike. Na mesma época, li a biografia do Bob Iger, grande executivo da Disney, que curti menos.
A primeira é a história de alguém que teve muita coragem e tomou muitos riscos. A segunda, li mais como a trajetória de um profissional que escalou (e muito bem escalado) a ladeira corporativa; tem muito mérito, mas me identifiquei mais com a ousadia do primeiro.

Tomas Karlborg 🩰
E para entrarmos no final de semana em grande estilo, deixo aqui essa pérola que descobri pelo Instagram da Gisela Gueiros, criadora da newsletter
. Fiquei completamente encantada pelo espírito e pela alegria do diretor e bailarino Tomas Karlborg, da Staatsballett Berlin. Devo ter assistido o video abaixo umas cinquenta vezes, e durante dias, fiquei com a voz dele falando "step, step, developée" na cabeça rsrs. Quanta leveza, quanta irreverência; é o auge de não se importar com o que os outros pensam.
Uau. Que demais esse projeto para refugiados. Por aqui, vou começar a me envolver em um focado em educação. Logo conto mais! Fiquei fascinada por esse diretor do balé e já to comprando ingresso pra ir ver a cia na segunda-feira que vem. Amei a dica!
Agradecer sempre ao acordar,por mais uma chance de tentar novamente, muito bonito o trabalho realizado pela Luciana Capobianco, são pessoas como você e ela que dão um pouco de esperança de um mundo melhor pra viver.